Estávamos em 1996 quando António Paraíso Nunes, Presidente da Cooperativa Horizonte, foi desafiado a receber a sua primeira colaboradora com deficiência, numa modalidade de “emprego protegido”.
Conta que “sempre teve uma relação próxima com entidades locais que trabalham com este público e gosta muito de trabalhar em rede” pelo que, no contexto deste ambiente colaborativo, achou natural abraçar a ideia. Esta primeira experiência correu muito bem e dois anos depois, em parceria com o IEFP e a CERCICA, surgiu a oportunidade de levar ainda mais longe o recrutamento inclusivo na cooperativa, acolhendo um “Enclave de Emprego Protegido”, que permitiu manter o posto de trabalho criado.
Nos tempos que se seguiram foram chegando outros colaboradores ao abrigo deste regime e hoje a Cooperativa mantém nas suas equipas um total de seis pessoas com deficiência.
Olhando agora para todos estes anos António Paraíso Nunes diz que “tudo se passou da forma mais natural e eficiente possível”. O sucesso deste “projeto vencedor, sempre em construção, passa por ter uma atenção especial a cada perfil e por incluir e integrar sempre cada pessoa, naquilo que sabe fazer melhor”.
Até hoje cada pessoa com deficiência que se juntou às equipas da Cooperativa “foi sempre muito acolhida e até mimada pelos colegas e todos beneficiam de um programa de formação contínua que lhes permite que progredirem juntos”.
António Paraíso Nunes reconhece que existe ainda “um estigma muito grande em relação à empregabilidade das pessoas com deficiência, um problema cultural relacionado com o medo do desconhecido”, mas explica que no seu caso “nunca houve espaço para receios, pois desde a primeira hora que houve um grande apoio da Cercica que esteve sempre disponível para dar todo o apoio à inclusão destas pessoas”.
No seguimento deste longo percurso, em dezembro de 2023, a Cooperativa Horizonte foi distinguida pelo Concelho Local de Inclusão de Cascais (CLIC), como Boa Prática Inclusiva.