Já são oito os colaboradores com deficiência que integram a equipa da Lavandaria Brilhos e Focos, em Alcabideche, que já foi distinguida com o “Prémio de Boas Práticas Inclusivas”, atribuído pelo Concelho Local de Inclusão de Cascais (CLIC) em dezembro último.
A sua responsável, Rute Batista, tem vindo a articular estas colocações com diversas entidades que apoiam pessoas com vários tipos de deficiência, que ali têm encontrado um conjunto de oportunidades que passam por estágios profissionais, contratos de trabalho ou outras experiências de trabalho.
As funções que desempenham assentam em “tarefas simples, que passam antes por um período de aprendizagem e de treino e acabam depois por se tornar rotineiras”. Rute Batista conta que a sua integração tem vindo a ser feita ao longo de “um processo que tem sido uma aprendizagem para todos” e é hoje uma mais valia para a empresa, “que tem fins lucrativos como todas as outras e onde estes colaboradores cumprem, como os restantes colegas, os objetivos que lhes são pedidos”.
A Associação de Prader Willi (APPW), é uma das entidades que defende a inclusão das PcD no mercado de trabalho pois, como explica a sua Presidente, Carla Gomes, “não é possível a sua inclusão plena na sociedade, sem a componente da empregabilidade”.
Esta responsável, ela própria com um filho que tem esta patologia rara, é uma entusiasta do recrutamento inclusivo que esta a acontecer na Lavandaria Brilhos e Focos, afirmando que esta abertura da empresa está realmente a mudar a vida das pessoas. Estas oportunidades, explica, invertem frequentemente situações de inatividade e isolamento em casa, nas quais se encontram ainda muitas PcD “Quanto mais tempo estão em casa sem objetivos, mais querem lá ficar, menos convivem, menos interagem, menos pensam” e a sua qualidade de vida vai-se degradando.
E segundo Carla Gomes há benefícios para ambas as partes. Uma das coisas que distingue, nas empresas, os colaboradores com deficiência é a “grande seriedade e empenho com que em geral estes encaram a oportunidade de trabalho que lhes é dada”. Quando estas pessoas entram nas empresas, refere, “os problemas dos outros colaboradores começam a desaparecer. A maioria não conduz e chega de transportes, por vezes já cansados ou molhados pela chuva, mas sempre a sorrir e bem-dispostos”. Um estado de espírito grato e cheio de motivação que acaba por ser contagiante para todos.
Para que estas experiências sejam bem-sucedidas, Carla Gomes defende que deve haver um particular cuidado na adequação do perfil de cada um destes candidatos às tarefas que vai desempenhar, é importante que exista uma retaguarda de apoio ao empregador e idealmente também, um tutor dentro da empresa que acompanhe cada PcD, se vá apercebendo de possíveis dificuldades e esteja atento para ajudar na sua superação. Se assim for, afirma, as probabilidades de tudo correr bem são muito altas.
Veja AQUI o testemunho do Pedro Gaspar que tem a Síndrome Prader Willi e conta como o emprego que conseguiu numa outra empresa, uma gráfica, o ajuda hoje a combater a doença (Fonte TVI)