O observatório, promovido em articulação com o Núcleo de Estudos da Deficiência, lançado em maio pela mesma universidade, e vai produzir “conhecimento” para as empresas e instituições parceiras do Iscte neste projeto para alargar as oportunidades de emprego.

“Melhorar as condições de acesso das pessoas com deficiência ao recrutamento para o mercado de trabalho é fundamental para a sua plena integração na nossa sociedade”, afirma Luís Capucha, docente do Iscte e coordenador do Núcleo de Estudos da Deficiência.

De acordo com este responsável, em Portugal, os dados sobre carreiras profissionais de deficientes são “muito modestos”, razão pela qual “é preciso coligir um conjunto de indicadores sólidos como a taxa de emprego e de desemprego, os níveis salariais nacionais e outros tipos de dados mais específicos que só os empregadores e parceiros poderão fornecer”.

Depois da recolha, tratamento e análise dos dados segue-se a produção, por parte dos investigadores do observatório, de recomendações para políticas públicas e para procedimentos nas empresas que promovam a vida ativa da população com deficiência. “Falta hoje em Portugal um programa compreensivo dos benefícios do investimento na empregabilidade inclusiva junto das pessoas, empresas e entidades de formação”, acrescenta no comunicado Luís Capucha. “É por isso que estamos a criar este observatório, porque no Iscte queremos ajudar a reduzir ao máximo as barreiras que ainda se impõe à empregabilidade de pessoas com deficiência”, aponta.

“Se as políticas do modelo de apoio à vida independente se começarem a desenvolver, as empresas vão perceber que têm vantagens na contratação inclusiva”, reitera ainda o coordenador do Núcleo de Estudos da Deficiência que considera que a principal barreira ao recrutamento inclusivo é o “preconceito das entidades empregadoras”, o qual tem origem no “desconhecimento das capacidades das pessoas com deficiência”.

“Há pessoas que, por causa da sua deficiência, têm capacidades especialmente adequadas a certas funções”, garante o docente do Iscte. “Por exemplo, as pessoas surdas estão mais aptas para trabalhar em ambientes ruidosos”, exemplifica.

O Núcleo de Estudos da Deficiência criou em 2023 uma pós-graduação em Estudos da Deficiência e Direitos Humanos que será desdobrada com o mesmo nome, em mestrado, em 2024.